Correr descalço: vantagens e desvantagens

Correr descalço pode parecer algo pouco aconselhável, mas além das desvantagens visíveis e invisíveis, há vários benefícios. Conheça-os!
Correr descalço: vantagens e desvantagens

Última atualização: 07 novembro, 2019

Mesmo tratando-se de uma prática muito antiga, hoje em dia correr descalço está na moda. O barefoot running, como foi batizada esta prática, convida-nos a tirar os tênis para correr. Antiestético e perigoso? Pode ser, mas correr com os pés ao natural ou com um calçado minimalista tem suas vantagens.

Para alguns, trata-se de tortura. Para outros, uma forma de relaxamento. No entanto, para os atletas, correr descalço pode ser uma vantagem dependendo da meta. A atividade é feita com passos curtos, mas mais rápidos e com menos risco.

Os passos curtos diminuem o impacto contra o solo e facilitam a correção da pisada. Além disso, melhoram a postura do corredor, que usando tênis tende a ir para trás, mas descalço mantém-se erguida.

Correr descalço fortalece os ligamentos

Ao correr descalço, usamos a parte média ou frontal do pé, e não o calcanhar, como quando usamos tênis esportivos. Se o primeiro contato com o solo é feito com o metatarso, as cadeiras musculares ativam-se positivamente. Isso, por sua vez, fortalece os ligamentos, evita lesões e reduz o impacto nas articulações e músculos.

Mulher correndo descalça na areia

Ao contrário do que se pensa, utilizar tênis almofadados não previne o choque do calcanhar contra o piso. Há impacto nos tornozelos, joelhos, quadril e em toda a região lombar.

Os gêmeos e os isquiotibiais acomodam-se melhor com os pés ao natural. Ativam-se os processos motores sensoriais pouco desenvolvidos, procedentes das terminações nervosas dos pés. Assim, estímulos ou sinais mais intensos chegam ao cérebro.

Reduz o gasto de energia

Correr descalço diminui a frequência cardíaca, o consumo de oxigênio e por isso o gasto de energia. A pergunta comum é se isso melhora ou não o rendimento. Mas isso depende da categoria do atleta e de suas condições físicas. Alguns corredores sem tênis já conseguiram a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos.

Os maiores benefícios de correr descalço são conquistados quando se trabalham adequadamente os tendões e músculos, distribuindo o peso equitativamente. No entanto, essa prática não é boa para todos. Requer preparação e certa condições.

Quando não é bom correr descalço?

Correr descalço pode ter alguns riscos. Deve haver um período de transição do tênis para o uso de um calçado minimalista, até chegar ao pé descalço.

É essencial acostumar-se às imperfeições do solo e às sensações, e isso não acontece da noite para o dia. Aconselha-se seguir uma rotina de pelo menos um ano para a adaptação.

A preparação evitará a aparição de bolhas dolorosas, fraturas, sobrecargas musculares, cortes ou outros tipos de lesões. Definitivamente é preciso se acostumar, já que correr descalço precisa de uma nova técnica.

Correr descalço não é indicado para quem tem pés planos, ou apresentam diferenças no comprimento das pernas. Mesmo interferindo positivamente na biomecânica natural do pé, nestes casos essa prática pode interferir no funcionamento correto das pernas.

Homem colocando curativos nos pés

Recomendações

Antes de se dedicar a correr sem proteção, é conveniente consultar um médico para saber o estado físico e a biomecânica de seu pé. O especialista fará as recomendações devidas. É importante evitar, em um primeiro momento, as superfícies defeituosas, que podem produzir feridas.

Ajuda muito exercitar-se descalço na bicicleta, pistas de atletismo, na praia ou em lugares onde o terreno traga segurança. Não se pode correr com medo ou olhando para o terreno, especialmente se você quer treinar para uma competição.

Uma vez que os pés se acostumem com a corrida descalça, as bolhas, cortes e outros problemas comuns serão menos frequentes. A pele se acostumará.

Dados curiosos

Não só as vantagens de correr descalço são atraentes. A prática melhora o equilíbrio, traz força e flexibilidade aos pés, estica os dedos e descarta o uso de palmilhas. Esse dados são interessantes:

  • Conquistas. A primeira medalha de ouro em maratonas para a África nos Jogos Olímpicos foi conquistada por Adebe Bikila correndo descalço. A façanha ocorreu em 1960.
  • Começo. O livro Nascido para Correr (Born to Run), escrito por Christopher McDougall e publicado em 2009, talvez seja um dos causadores da moda. O texto faz referência a pessoas que corriam grandes distâncias utilizando retalhos de pneus nos pés amarrados com cordas nos tornozelos. Cultura minimalista talvez. Mas os benefícios certamente existem.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.