Em que consiste a famosa dieta da trapaça?
Segundo esse conceito uma vez por semana o Senhor perdoa tudo. Que a recompensa do seu sofrimento está ali na esquina. As suas preces foram escutadas e, sim, finalmente chegou o dia. Hoje é o seu dia livre, sem regras, sem restrições. Hoje, você pode comer até ficar cheio. Essa é a dieta da trapaça.
Mas ela é uma mentira deslavada.
Em que consiste a dieta da trapaça?
O plano é o seguinte, nós vamos propor uma dieta super restritiva, com a qual você estará em luta contínua diariamente. Uma dieta na qual só comerá algumas folhas de alface sem molho e mais algumas outras coisas. Mas o seu sacrifício será recompensado com o dia do lixo.
Um dia por semana, geralmente no fim de semana (para você ter todo o tempo do mundo para comer), você pode exagerar, comer o que quiser e a quantidade que você quiser. Porque, é claro, no resto da semana você praticamente não comeu nada.
Isso está baseado um pouco no conceito de que “todo lado negativo tem seu lado positivo”, em outras palavras. Durante a semana você come menos do que você geralmente come, mas compensamos em um dia, comendo além das nossas possibilidades. Para enganar a fome.
Justificativa baseada em uma hipótese falsa
Os argumentos sobre os quais essas teorias se baseiam são muito interessantes, porque eles usam a realidade, mas aplicam-na à sua maneira. Um dos pontos favoritos dos defensores da dieta da trapaça é que quando o corpo está fazendo dieta, ele tende a se estabilizar.
O corpo reconhece que está recebendo menos comida do que o habitual e entra em estresse. Você perde peso porque o corpo não reage à essa nova situação, mas chega uma hora que ele dá um basta. O organismo se adapta à essa nova situação e passa a ver isso com normalidade.
Por isso, às vezes, uma dieta hipocalórica, por si só, tem uma fase de estagnação. Então vem o desespero e a falta de motivação. Bandeira branca e acabamos nos rendendo.
É mais ou menos aí onde eles querem fundamentar o dia do lixo. O seu corpo está continuamente em situação de estresse porque não consegue se acostumar com a situação da dieta.
Que comecem os Jogos Vorazes
Se acreditamos que vamos ganhar a batalha do sobrepeso e da obesidade através de um dia do lixo estamos enganados. Estar saudável e esteticamente confortável e bem consigo mesmo não se alcança em 6 dias de sacrifício e com 1 de perdão por 3 ou 6 meses. Após a ditadura chega a anarquia.
Nós não ganhamos nada com a perda de 10 kg em 4 meses nos matando de fome com algum outro capricho e ganhando 15 quilos a mais, como efeito sanfona.
Temos tanta dificuldade para ser saudável, que nos apegamos a qualquer coisa para termos o corpo que a publicidade sugere. Quem nos dera tudo acontecesse num estalar de dedos!
A falta de sentido nos esportes
Costumamos soltar o verbo para dizer que a base do esporte é a dedicação, perseverança e a paixão. Ou seja, que só assim alcançaremos os nossos objetivos.
O que faz você pensar que trapaceando conseguirá alcançar os seus? A nossa saúde depende de uma constante harmonia entre a atividade física que fazemos e uma alimentação adaptada.
E, embora pareça incrível, a chave para tudo isso está na educação. É a educação nutricional que conscientiza sobre a necessidade de uma dieta saudável. Sem armadilhas. Nem datas. Sem limites. Dedicação, perseverança e paixão. Nada de dieta da trapaça.
Não me que leve a mal, mas temos que aprender a comer alimentos saudáveis. Que isso faça parte do nosso dia a dia. O gosto pela comida também pode se dar através de alimentos saudáveis.
Entretanto, se um dia você se encontrar frente a frente a uma porção de lulas ou a um bolo de chocolate, não vá para casa se autoflagelar. O problema não é que um dia você conceda a si mesmo um capricho, isso não tem nada a ver com um dia do lixo.
A trapaça é quando isso se torna um padrão em sua dieta e você não quer reconhecer porque só pensa sobre os momentos em que passa fome.
Alimentar-se de forma saudável não significa passar fome, por mais que tentem nos fazer acreditar nisso.
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- Lancho, M. C. P. (2007). Alimentación y Educación Nutricional en la Adolescencia. Trastornos de la conducta alimentaria, 6, 600–634. https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=2480142
- López Gómez, J. J. (2019). Evaluación del efecto de una dieta hipocalórica modificada en pacientes obesos con artropatía crónica sobre el peso: factores de riesgo cardiovascular y marcadores de remodelado óseo. Universidad de Valladolid.