Futebol e tecnologia: a justiça esportiva é favorecida?

Poderia o VAR colocar em risco a dinâmica que transformou o futebol no esporte com mais fãs em todo o mundo? Analisamos algumas consequências da relação dessa modalidade com a tecnologia a seguir.
Futebol e tecnologia: a justiça esportiva é favorecida?

Última atualização: 21 agosto, 2020

Após a incorporação do VAR na Copa do Mundo da Rússia em 2018, a complexa relação entre futebol e tecnologia voltou a gerar polêmica. De um lado, estão aqueles que defendem que os avanços tecnológicos favorecem a justiça esportiva. Do lado, há aqueles que afirmam que isso pode afetar a verdadeira essência do futebol.

Antes de mais nada, é importante ressaltar que a relação entre futebol e tecnologia não se limita ao sistema de revisão por vídeo – mais conhecido como VAR. A estrutura e a dinâmica desse e de muitos outros esportes foram beneficiadas pela incorporação de muitas inovações.

Às vezes, é difícil identificá-las durante uma partida ou um jogo, já que costumamos nos concentrar na ação dos jogadores ou dos esportistas.

Pensando nisso, abordamos a seguir alguns avanços tecnológicos que passam quase despercebidos no futebol. Além disso, logicamente, não poderemos ignorar a introdução do VAR nas partidas oficiais.

Futebol e tecnologia: os avanços de sucesso quase “imperceptíveis”

Com tantas polêmicas geradas nos últimos anos pelo VAR, frequentemente nos esquecemos das demais tecnologias incorporadas ao futebol. Um bom exemplo é o sistema conhecido como Hawk-eye, que é utilizado pelo árbitro principalmente para confirmar os gols durante as partidas.

Esse sistema consiste em uma rede de câmeras de alta resolução localizadas estrategicamente no campo para acompanhar a trajetória da bola. Quando ela ultrapassa completamente a linha do gol, é enviado um sinal ao relógio digital do árbitro imediatamente.

Dessa maneira, é possível detectar de forma automática e precisa os gols. Assim, erros que poderiam favorecer ou prejudicar qualquer uma das equipes participantes são minimizados.

Dois jogadores disputando a bola

Também temos que destacar o inovador sistema de monitoramento dos jogadores durante as partidas, incorporado nos últimos anos. A princípio, ele permite acompanhar os movimentos de cada jogador no campo e observar o seu rendimento durante a partida.

Além disso, essa tecnologia também controla a frequência cardíaca e a temperatura corporal de cada esportista. Dessa maneira, ela pode auxiliar na detecção de possíveis casos de doping, ou então do diagnóstico precoce de problemas de saúde.

Sistema de câmeras para minimizar os erros na arbitragem

Desde o começo do século XXI, a tecnologia de revisão de jogadas vem sendo incorporada progressivamente em diversos esportes. Há muitos comentários a favor e contra isso.

Em 2001, o rúgbi se tornou um esporte pioneiro na utilização de câmeras para auxiliar a arbitragem. Assim, ao posicioná-las estrategicamente no campo, foi possível minimizar significativamente os erros derivados da limitação natural do olho humano.

Considerando o sucesso da sua incorporação em competições oficiais, outros esportes também começaram a adotar essa tecnologia. O tênis, o vôlei e o hóquei, por exemplo, rapidamente agregaram câmeras para otimizar o seu sistema de arbitragem. Alguns anos mais tarde, o basquete e o beisebol também se juntaram a essa lista.

Embora não estejam isentas de críticas, nenhuma dessas incorporações foi tão polêmica quanto a do VAR no futebol. Mas por que existe tanta rejeição à combinação de futebol e tecnologia? Por acaso é certo que o sistema de revisão de jogadas acabará diminuindo a autoridade do árbitro?

O VAR no futebol: polêmicas exageradas e uso inadequado

O VAR consiste na revisão de jogadas “duvidosas”, que são gravadas por meio de uma rede de câmeras que são localizadas no campo. As imagens, então, são transmitidas diretamente para uma sala de monitoramento, onde se encontram os assistentes de vídeo.

Esses juízes assistentes devem revisar as jogadas solicitadas pelo árbitro e comunicar a ele o acontecimento de lances duvidosos ou as infrações que muitas vezes passam despercebidas ao olho humano.

Isso inclui a revisão de gols, pênaltis e as expulsões. Contudo, a última palavra na arbitragem sempre fica a cargo do árbitro principal.

Portanto, em teoria, o VAR não foi inventado para substituir ou diminuir a autoridade dos árbitros, mas sim para otimizar o seu trabalho e contribuir para a aplicação efetiva da justiça esportiva no futebol.

Futebol e tecnologia

Na prática, o uso inadequado do VAR realmente parece prejudicar o ritmo das partidas. Dessa forma, ao invés de auxiliar os árbitros, acaba criando uma atmosfera de desconfiança.

Embora seja verdade que os erros no uso do VAR sejam evidentes em muitos casos, toda nova tecnologia requer um tempo para ser utilizada de forma ótima. Certamente, será tarefa da FIFA e das federações de futebol de cada país promover a capacitação dos profissionais, para que os árbitros tirem o máximo proveito dessa ferramenta.

O futebol e a tecnologia deverão aprender a conviver, superando erros e aprendendo pela experiência. Definitivamente, trata-se de seguir o caminho de uma sociedade mais justa, tanto dentro quanto fora do campo.


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