A ética no boxe

Não faltam aqueles que rejeitam o boxe e até pedem que ele deixe de ser considerado um esporte pelo suposto incentivo à violência que a sua prática traz. Aqui, analisaremos um pouco mais profundamente essa questão.
A ética no boxe

Última atualização: 24 abril, 2021

Atualmente, o boxe é um dos esportes mais populares, e o seu sucesso só pode ser comparado com as polêmicas que ele desperta. Para os fãs, trata-se de uma paixão, uma arte que exige extrema dedicação e disciplina dentro e fora do ringue. No entanto, no outro extremo, muitos reclamam de uma suposta falta de ética no boxe.

A imagem fictícia do “boxeador assassino”

O boxe é uma modalidade muito antiga, que sempre chamou a atenção dos amantes do esporte. Entretanto, nas últimas décadas vem crescendo uma imagem negativa a seu respeito, já que ele é geralmente associado com uma prática brutal e que envolve violência.

De certa forma, essa imagem parece ter sido reforçada por algumas representações cinematográficas que retrataram os boxeadores como “máquinas assassinas”, ou algo similar.

O boxeador padrão, então, é um homem solitário, frio e violento, que pratica boxe com ódio e pode ignorar qualquer aspecto ético para conseguir uma vitória; em resumo, o clássico “boxeador assassino” que entra no ringue para acabar com o outro atleta.

Essa imagem do boxeador como uma “máquina de matar”, contudo, é completamente fictícia. A prática do boxe envolve a aceitação de algumas normas de conduta e princípios éticos. De fato, a Associação Internacional de Boxe põe à disposição de todos o Código de Ética que rege a prática profissional e amadora do boxe como esporte.

Ética no boxe: ele é um esporte violento?

A sociologia parece ser a nossa maior aliada para responder essa pergunta; em especial quando nos fala sobre a importância de diferenciar a agressividade da violência. Assim, em termos simples, podemos dizer que a agressividade é um impulso natural e inerente à natureza de todos os animais, inclusive do ser humano.

A ética no boxe

Em geral, as reações agressivas aparecem como um último recurso para garantir o bem-estar ou a integridade de um indivíduo. Elas costumam, portanto, ser associadas diretamente ao instinto de sobrevivência. Naturalmente, o boxe, como um esporte, apela para esse instinto primário e essencial e, assim, logicamente, tem relação com a agressividade.

Entretanto, a violência tem, historicamente, uma carga cultural e social. Em outras palavras, um ato ou comportamento é considerado violento quando ele vai no sentido contrário dos princípios éticos ou morais que determinam uma conduta pacífica e socialmente aceitável em determinada sociedade e em um período de tempo específico.

Dessa forma, não parece correto afirmar que a prática regulamentada do boxe como um esporte seja um ato violento, e muito menos que ela constitui um incentivo social à violência. Nesse sentido, devemos considerar primeiro que se trata de dois atletas que decidem voluntariamente se dedicar a essa prática, respeitando as normas e os princípios éticos que a orientam.

A preparação psicológica envolvida na prática do boxe

Muito se fala sobre o treino físico que os boxeadores profissionais mantêm diariamente, que requer muita disciplina e obstinação.

Esse tipo de treino combina diferentes exercícios para melhorar a resistência e a força física, assim como tonificar a musculatura corporal. Aliás, os seus resultados são tão evidentes que foram popularizados nas academias treinos funcionais que se baseiam nessa combinação.

No entanto, sempre é essencial ressaltar que os boxeadores também recebem uma intensa preparação psicológica para realizar essa modalidade esportiva de forma ética e saudável.

A ética no boxe

A capacidade de se erguer sozinho durante 12 rodadas dentro de um ringue diante de um rival, que permanentemente tenta derrubar você, precisa de muito mais do que resistência física; de fato, ela só é possível com uma grande força psicológica.

Assim como qualquer atleta, o boxeador precisa estar física e mentalmente preparado para a prática esportiva, respeitando as regras e os princípios que a instituem. Dessa forma, entre os aspectos fundamentais dessa capacitação psicológica e emocional está a consciência sobre os limites e os princípios éticos da prática do boxe.

Uma das noções principais para um boxeador se tornar um atleta profissional é entender que as suas habilidades servem somente para o esporte. Assim, antes de subir em qualquer ringue, ele deve ter consciência da sua força e entender que ele tem habilidades que, se forem mal aplicadas, podem ser letais para outros indivíduos.

Por isso, o limite de ação sempre é determinado pelas cordas de um ringue. É nesse espaço que os seus golpes significam o meio necessário e legítimo para o desenvolvimento e o sucesso na sua profissão. Trata-se, definitivamente, de uma das noções básicas que constituem a ética no boxe.

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