Conceito e fatores de risco da ODP ou pubalgia
No artigo a seguir, analisaremos um assunto tão interessante quanto complexo e sobre o qual ainda há muito a ser investigado. O objetivo é mostrar informações relevantes, descritas na literatura científica, sobre uma das lesões que ocorrem no âmbito da atividade física e esporte de alto rendimento: a pubalgia.
O principal objetivo deste artigo é esclarecer e unificar critérios básicos que ajudem o leitor e o preparador físico, e até o próprio paciente, a conhecer a osteopatia dinâmica do púbis – ODP – como uma lesão e seus fatores de risco mais importantes.
O que é a ODP ou pubalgia?
Para entender a ODP, pubalgia ou dor inguinal, precisamos conhecer as estruturas anatômicas envolvidas nessa patologia, além das partes que compõem a região da pelve.
A cintura pélvica é a região anatômica inferior do tronco. É a base que sustenta a coluna e transmite o peso do corpo para os membros inferiores.
Essa estrutura suporta e oferece proteção aos elementos nobres da cavidade abdominal e pélvica. Além disso, é o ponto de inserção dos músculos que mobilizam os membros inferiores e o tronco.
É formado pelos ossos coxais que, quando unidos na parte anterior, formam a sínfise púbica. Por trás, articulam-se com o sacro. É na pelve onde estão inseridos os músculos abdominais e os músculos que formam a região da coxa. Estes são os principais culpados por essa lesão.
O que entendemos por ODP ou pubalgia?
A pubalgia é uma dor na região inguinal e pubiana que pode irradiar tanto para a região adutora quanto para a área abdominal inferior. Para muitos especialistas, essa lesão deve ser considerada como resultado da instabilidade funcional da pelve.
Portanto, entendemos a ODP como uma lesão na inserção do reto abdominal na sínfise púbica. É caracterizada por uma tensão nos músculos adutores e no reto abdominal.
Além disso, é definida como uma condição inflamatória e dolorosa da sínfise púbica e da fáscia muscular adjacente. Geralmente é causada por trauma repetitivo ou estresse excessivo da própria fáscia e da junção osteoligamentar.
Por que a ODP ocorre?
A ODP ocorre devido à fraqueza da parede inguinal posterior, adicionada à ação antagônica e constante do grupo muscular abdominal que é inserido na púbis e do grupo músculo adutor que se origina nessa mesma área.
Esse desequilíbrio entre os músculos adutor e abdominal gera instabilidade pélvica, além de causar um efeito de cisalhamento e atrito na sínfise púbica.
Fatores de risco da pubalgia
Para desenvolver programas preventivos, é essencial conhecer e identificar os fatores de risco relacionados ao aparecimento da pubalgia. Eles podem ser classificados em duas categorias:
Fatores intrínsecos ou pessoais
Eles têm a ver com as características biológicas e psicossociais que predispõem o sujeito à lesão, como:
- Desequilíbrios musculares: adutores, abdominais, anteversores ou retroversores.
- Alterações posturais: hipereversão pélvica, horizontalização sacral, cifose dorsal, lordose lombar ou dosimetrias nos membros inferiores.
- Histórico de lesão anterior: alterações articulares, sacroilíacas, coxofemorais, dorso-lombares ou lombo-sacrais.
Fatores extrínsecos ou ambientais
Esses fatores se referem a circunstâncias externas ao sujeito que influenciam a aparição da lesão. Os mais comuns são:
- O esporte que é realizado.
- Preparação física insuficiente ou, inversamente, muito intensa.
- Material utilizado.
- Nutrição e hidratação.
- Recuperação insuficiente ou incompleta.
- Tratamento prévio inadequado ou insuficiente.
- Condições ambientais. Clima, temperatura, umidade.
Com a avaliação desses fatores, um especialista pode criar um programa preventivo para uma pessoa com uma certa predisposição para sofrer de pubalgia. Dessa maneira, evitam-se não apenas dores desnecessárias, mas também ficar sem treinar seu esporte preferido.
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