Transtorno da compulsão alimentar: o que é?
O transtorno da compulsão alimentar está incluído entre os transtornos do comportamento alimentar. É uma patologia de natureza psicológica causada por um mau funcionamento dos mecanismos que regulam o apetite e a saciedade. Como esse problema pode afetar a vida cotidiana de quem sofre dele?
Esse problema leva o indivíduo a consumir alimentos sem um limite racional ou lógico, com episódios de compulsão alimentar que colocam a sua saúde em risco.
Dentro do espectro da doença, é possível encontrar pessoas que geralmente comem qualquer tipo de produto de forma exagerada ou aquelas que têm uma predileção especial por doces. Seja como for, a composição corporal é significativamente alterada.
Um transtorno alimentar
De acordo com uma pesquisa publicada na revista Child and Adolescent Psychiatric Clinics of North America, a prevalência dos transtornos alimentares aumentou nos últimos anos. Entre eles está o transtorno da compulsão alimentar, embora exista um forte componente hormonal e metabólico por trás dele.
A saciedade é um mecanismo mediado por receptores de distensão estomacal e por uma série de hormônios que respondem às mudanças na glicemia sanguínea.
Dentre eles, destaca-se o neuropeptídeo Y. Quando a secreção dessa substância é estimulada — o que ocorre no hipotálamo—, o apetite aumenta, conforme afirma um estudo publicado na Bioessays.
Geralmente, a síntese desse peptídeo é regulada de uma forma muito precisa. No entanto, podem ocorrer ineficiências no mecanismo regulatório, levando ao aparecimento de transtornos como a compulsão alimentar.
Sintomas do transtorno da compulsão alimentar
Para identificar esta patologia, é necessário determinar se há a sintomatologia associada. Geralmente, as pessoas com a doença costumam ter uma preocupação excessiva com a comida, bem como uma tendência maior à depressão e à solidão.
Ao mesmo tempo, geralmente são indivíduos com sobrepeso ou obesidade. Isso porque comer em excesso determina a composição corporal e aumenta a tendência de acumular gordura.
Além disso, os pacientes com a doença apresentam problemas digestivos regularmente, tais como diarreia, dores abdominais, gases, entre outros. Para identificar e diagnosticar o transtorno da compulsão alimentar, pode ser útil considerar os seguintes critérios:
- Há episódios de compulsão duas ou mais vezes por semana durante pelo menos seis meses.
- Durante o episódio de compulsão, a pessoa perde o controle sobre a comida.
- Alimentos são ingeridos mesmo quando não há apetite.
- O consumo não é interrompido até que haja uma sensação de desconforto estomacal.
- Os episódios geralmente ocorrem em momentos de solidão.
- Existe um sentimento de culpa posterior.
Possíveis soluções
O transtorno da compulsão alimentar tem melhor prognóstico se diagnosticado em seus estágios iniciais. Além disso, é necessária uma equipe multidisciplinar para tratar o problema. Ela deve ser composta por nutricionista, psicólogo e psiquiatra, pois às vezes é necessário um tratamento farmacológico.
O papel do nutricionista é criar um plano alimentar que estimule a sensação de saciedade e atenda às necessidades de energia e nutrientes do indivíduo.
Existem diferentes estratégias para isso, como, por exemplo, o aumento do consumo de fibras e, embora pareça contraditório, o jejum intermitente. Esse protocolo causa mudanças benéficas a nível hormonal que podem ajudar a regular a glicemia e a sensação de saciedade.
O transtorno da compulsão alimentar deve ser tratado precocemente
De acordo com o exposto, o transtorno da compulsão alimentar está incluído nas patologias associadas ao comportamento alimentar. Sua prevalência está aumentando entre a população mais jovem.
Frequentemente, há um desequilíbrio hormonal ou homeostático que motiva esse problema, embora também possa haver um componente comportamental determinante. Seja como for, é necessário compor uma equipe multiprofissional para o seu tratamento, bem como garantir o seu diagnóstico precoce.
Se alguém ao seu redor atende a algum dos critérios que mostramos, pode ser necessário procurar um especialista para avaliar se essa pessoa tem a doença.
Lembre-se de que a educação nutricional adequada desde as primeiras fases da vida reduz o risco de sofrer desse tipo de doença na adolescência ou na idade adulta de forma significativa.
Por fim, é importante propor uma alimentação adequada e saudável, com base no consumo de produtos frescos e com pouca ou nenhuma quantidade de doces ou ultraprocessados prejudiciais à saúde.
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