Como o esporte ajuda a prevenir o Alzheimer?
Um dos desafios fundamentais que a ciência enfrenta atualmente é prevenir o Alzheimer. As consequências dessa doença devastadora e o seu aparecimento cada vez mais precoce são uma preocupação crescente para os profissionais da saúde.
O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que causa problemas de memória, pensamento e comportamento na pessoa afetada. É o tipo de demência mais comum: uma publicação na revista Neurología afirma que, na Europa, 5% da população sofre de Alzheimer.
O esporte como um método para prevenir o Alzheimer
Infelizmente, essa é uma doença que não tem cura e cujos sintomas vão piorando progressivamente até que a pessoa não reconhece o ambiente ao seu redor. Apesar disso, existem tratamentos que podem retardar e prevenir o Alzheimer.
É um fato bem conhecido que o exercício físico ajuda a manter o cérebro saudável. Além disso, ele também se mostra eficaz na prevenção de doenças degenerativas, tais como Alzheimer e Parkinson. A seguir, vamos nos aprofundar sobre os benefícios do exercício para a saúde do cérebro.
Aumento do fluxo sanguíneo no cérebro
Uma das principais alterações que ocorrem no cérebro após o exercício é o aumento da oxigenação, como consequência do maior aporte sanguíneo. Isso ajuda a manter a saúde dos neurônios, pois proporciona um suprimento extra de nutrientes para as células do cérebro.
Para as pessoas com Alzheimer, o aumento da oxigenação é especialmente benéfico. Essa doença produz uma diminuição do fluxo sanguíneo e, portanto, uma maior morte de neurônios.
Por outro lado, o aumento da oxigenação também provoca a criação de novos vasos capilares. Assim, é obtido um maior fluxo para mais áreas do cérebro e, portanto, a probabilidade de morte dos neurônios em uma área específica diminui.
Estimula processos cognitivos
Praticar esportes é muito mais do que movimentar os músculos e ossos. O esporte tem um forte componente mental, já que os processos cognitivos, tais como a atenção ou a memória, precisam estar ativos e funcionando da melhor forma para um bom desempenho.
De acordo com um estudo publicado pela Experimental Gerontology, o exercício físico é uma forma eficaz de melhorar os processos cognitivos. Além disso, esse efeito ocorre independentemente da idade da pessoa e, portanto, prevenir o Alzheimer é possível em qualquer idade.
Afeta a plasticidade cerebral de forma positiva
O cérebro é, sem dúvida, o órgão mais plástico que existe. Isso significa que esse órgão é capaz de criar novas redes e conexões quando as existentes falham. A grande vantagem da plasticidade cerebral é que ela é inesgotável: ela não acaba em uma certa idade, mas ocorre ao longo de toda a vida.
Vale ressaltar o efeito da prática esportiva na secreção do fator de crescimento IG-1. Essa substância é liberada pelos músculos durante o exercício e, ao chegar ao cérebro, exerce um efeito protetor sobre os neurônios. Portanto, quanto mais ativos os músculos, mais protegido estará o cérebro.
Aumenta a reserva cognitiva
A reserva cognitiva é a capacidade do cérebro de resistir aos danos sem apresentar alterações. Ou seja, quanto maior a reserva cognitiva, maior a capacidade de resistir aos efeitos do envelhecimento ou de doenças neurodegenerativas.
Um estudo realizado por profissionais da Universidade Ramón Llul afirma que o cérebro de idosos ativos conserva mais matéria cinzenta. Ou seja, um estilo de vida ativo é um fator de proteção muito importante não apenas para prevenir o Alzheimer, como também para retardar os danos típicos causados pela idade.
Prevenir o Alzheimer está em suas mãos
É muito simplista estabelecer uma relação de causa-efeito entre o sedentarismo e o Alzheimer, uma vez que fatores biológicos, psicológicos e ambientais intervêm no desenvolvimento da doença. No entanto, levar um estilo de vida ativo é um primeiro passo muito importante para combater as consequências dessa doença.
Praticar esportes é um pequeno gesto que traz muitos benefícios. De acordo com uma revisão publicada pela Revista Cubana de Salud Pública, a atividade física de intensidade vigorosa leva a uma redução do risco de sofrer de Alzheimer de 37 a 50%. Tendo em vista esses dados, é conveniente começar a cuidar do cérebro antes que seja tarde demais.
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